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  • Foto do escritorPatrícia Almeida Oliveira

Endometriose - o que é?

Algumas mulheres apresentam uma condição que tem um grande impacto na sua qualidade de vida e que muitas vezes tarda a ser diagnosticada.


A endometriose define-se pela presença de tecido endométrico fora da cavidade uterina (como nos ovários, intestino ou bexiga), induzindo uma reacção inflamatória crónica. Desenvolve-se predominantemente em mulheres durante a idade reprodutiva (entre os 25 e 35 anos de idade), regredindo após a menopausa.


As mulheres com diagnóstico de endometriose podem apresentar sinais e sintomas variados, sendo os mais característicos a dor menstrual severa, dor pélvica cronica, ovulação dolorosa, sintomas menstruais, fadiga crónica ou infertilidade.


Estes focos de tecido podem facilmente fazer-se passar por problemas intestinais uma vez que também podem provocar sintomas como obstipação, alterações intestinais, evacuação dolorosa, distensão abdominal (inchaço) ou diarreia. Como tal, pode ser confundida com Síndrome do Intestino Irritável ou Doenças Inflamtórias do Intestino, o que pode levar a que o diagnóstico seja demorado.


Entre os seus factores de risco encontram-se a idade, o estilo de vida, a presença de hábitos tabágicos, o padrão alimentar e o Índice de Massa Corporal (IMC) elevado. A conexão entre alimentos e o desenvolvimento de endometriose tem sido uma área de interesse científico, uma vez que existe alguma evidência de que a inflamação, a actividade hormonal e o ciclo menstrual possam ser alterados pelo padrão alimentar. Contudo, a nutrição na endometriose apresenta ainda uma escassez de dados científicos concretos.


Alguns dos alimentos e nutrientes estudados são os seguintes:


Hortofrutícolas

Alguns estudos mostram que o consumo de hortícolas verdes e fruta pode reduzir significativamente o risco de desenvolver endometriose. Estes alimentos são ricos em micronutrientes que estão envolvidos em processos genéticos, pelo que padrões alimentares com défices nestes micronutrientes podem provocar alterações moleculares ao normal funcionamento.

 

Ácidos Gordos n-3

Os ácidos gordos polinsaturados de cadeia longa n-3 (conhecidos como "ómega 3") são conhecidos pelo seu efeito anti-inflamatório. Sendo esta uma doença que se caracteriza por uma reação inflamatóra crónica, faria sentido a sua recomendação.

Alguns artigos científicos sugerem que a suplementação com estes "ómega 3" pode reduzir a velocidade do crescimento de endometrioses, reduzir a dor e inflamação, e melhorar a qualidade de vida.

Contudo, a eficácia da relação entre a suplementação deste tipo de gorduras e o risco de endometriose continua por esclarecer.

 

Lácteos e derivados, Cálcio e Vitamina D

Um estudo de 2011 observou que o consumo de produtos lácteos estava associado uma redução do risco de endometriose. Esta associação parece algo contraditória dado que muitas vezes o leite é identificado como um "vilão inflamatório".

Esta associação pode ser explicada pela Vitamina D e pelo Cálcio que estão nestes produtos, e que podem estar envolvidos nos mecanismos que conduzem à doença.

 

Café, Soja e Fitoestrogénios

Alguns artigos demonstram que a alimentação pode afetar o desenvolvimento de doenças em que a função hormonal apresente uma função específica, como é o caso da endometriose.

A ingestão de cafeína tem sido associada a alterações em hormonas sexuais, pelo que poderá ter influência na endometriose por ser uma patologia ligada ao sistema hormononal.

Também a soja poderá ter este efeito, uma vez que contém fito estrogénios que têm sido associados ao risco de patologias estrogénio-relacionadas.


 

Alguns investigadores defendem a utilização de uma alimentação "anti-inflamatória", onde se diminui o consumo de alguns alimentos como trigo, carnes vermelhas, soja, lácteos, álcool, alimentos processados ou açúcar (uma alimentação semelhante à considerada saudável, no fundo). Também a suplementação com ácido gordos n-3, vitamina D, glutamina, curcuma, probióticos ou prebióticos costuma estar presente. Porém, este é um tema controverso que ainda não apresenta evidência científica que o suporte.


A hidratação, a prática regular de exercício físico e a regulação das horas de sono são muito importantes nesta patologia, bem como a gestão de stress e bem-estar emocional.


O acompanhamento do Nutricionista através de um plano alimentar e de suplementação adaptado a cada caso nesta condição pode ser a chave para a gestão dos sintomas intestinais .


Para mais informações ou referências bibliográficas, basta entrar em contacto.


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